Avião Perturba o Culto do Divino espírito santo

Artes visuais
Carlos Carreiro (1946)
- Autor

Título Alternativo:
Pintura contemporânea
Descrição:
Nascido em Ponta Delgada em 1946, foi Professor Associado na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Tem mantido um percurso individual muito particular com uma pintura situada no terreno habitual da celebração do imaginário, onde impera a pantomina, o humor e também algum comentário corrosivo. Em Novembro de 1999, a propósito de uma exposição individual na galeria da Árvore, no Porto, Alexandre Pomar escreveu no Expresso: «...a sua figuração exuberante e minuciosa constrói-se como uma agregação interminável de personagens (históricas ou atuais, humanos ou animais) e de objetos (de consumo, máquinas, reais ou de fantasia, sem esquecer as metamorfoses entre personagens e objetos), em situações e lugares imbricados num contexto narrativo absurdo e em leituras unívocas...Carreiro serve-se livremente de todas as convenções antigas e modernas, passa do kitsch à ficção cientifica e pratica o humor e a poesia com soberana ironia». O seu estilo figurativo, inconfundível neste "Avião perturba o culto do Divino Espírito Santo", torna as suas obras únicas e absolutamente excecionais no panorama atual da arte. Segundo Emanuel Félix `O culto paracletiano e a Festa dos Imperadores terão acompanhado, com os primeiros povoadores, o progresso da fixação franciscana primeiro na Madeira e depois no Açores, onde renasceram os Impérios que, tal como as antigas confrarias do Noite da Europa, dispunham das suas “maisons du Saints Esprit” e de um celeiro ou despensa para guardar as oferendas do pão, do vinho e de outros alimentos naturais’. Nesta obra de Carlos Carreiro, pertencente à Unidade de Gestão de Belas Artes do MAH e atualmente exposta na antessacristia da Igreja de Nossa Senhora da Guia, um dos mais icónicos Impérios da Ilha Terceira é transportado por um casal vestido festivamente, constituindo uma eventual representação simbólica da forte devoção popular ao culto do Divino e da expansão deste por via da emigração. A possível dimensão etnográfica do quadro é, no entanto, absolutamente subvertida pela jocosa transformação de uma moradia de Angra do Heroísmo numa casinha de papel e pela introdução inusitada do avião militar americano, que criam uma situação humorística muito próxima da sátira social. Carlos Carreiro, pintor açoriano, nascido em Ponta Delgada, em 1946, foi considerado pelo crítico de arte Fernando Pernes o "Jeronimus Bosh na sociedade de consumo”, dada a sua técnica de figuração narrativa caracterizada pela mescla de objetos e personagens que surpreendem pela incoerência de escala em que são representados.
Dimensões:
A. 80 x C. 100 x L. 4 cm
Nº de Inventário:
MAH.2007.0309
Data de produção:
Séc. XXI (2006)
Material e técnicas
Acrílico sobre tela -  
Entidade relacionada
Museu de Angra do Heroísmo

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Pintura

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