RETRATO DE D. PEDRO DE BRAGANÇA, DUQUE DE BRAGANÇA

Portrait of D. Pedro of Braganza, duke of Braganza
Artes visuais
FÉLIX DA COSTA (1845-1922)
- Autor

Título Alternativo:
Imperador D. Pedro I do Brasil - Rei D. Pedro IV de Portugal
Descrição:
Retrato de D. Pedro de Bragança, duque de Bragança (1798-1834; imperador do Brasil 1822-1831 e rei de Portugal 1826). Óleo s/tela, não assinado e não datado, atribuído ao pintor português António Félix da Costa (1845-1922). Busto, a três quartos, virado para a esquerda. Traja farda de gala azul-ferrete – com dragonas, gola com ramagens de carvalho e faixa à cintura, tudo dourado – e apresenta a cabeça descoberta. Ostenta, ao pescoço, a insígnia de cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro (de Espanha); ao peito, a placa das Três Ordens Militares portuguesas (Avis, Cristo e Sant'Iago da Espada); e, à tiracolo, a banda da Imperial Ordem do Cruzeiro (do Brasil). No Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro (Brasil), existe um retrato em tudo similar a este, também de autor não identificado (ver: Retrato (pintura) – Acervo MHN (museus.gov.br)). Moldura retangular larga, em madeira e gesso dourados, decorada com frisos vegetalistas e perlados.

De nome completo Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança, nasceu em Lisboa (Portugal), a 12 de outubro de 1798, era filho do rei D. João VI  de Portugal (1767-1826; rei 1816-1826) e da rainha D. Carlota Joaquina (1775-1830; rainha 1816-1826), tendo sido o 28.º monarca de Portugal. Foi o primeiro imperador do Brasil, como D. Pedro I, de 1822 até à sua abdicação em 1831 – a favor do filho varão, D. Pedro II do Brasil (1825-1891; imperador 1831-1889) –, e, brevemente, rei de Portugal, como D. Pedro IV, entre março e maio de 1826 – antes de abdicar do trono em favor da filha mais velha, D. Maria II de Portugal (1819-1853; rainha 1826-1828 e 1834-1853). A sua vida foi marcada, entre outros eventos, pela transferência da corte portuguesa para o Brasil, ante a invasão napoleónica a Portugal, em1807; pelo processo histórico de separação entre o reino de Portugal e o reino do Brasil, que culminou com a independência deste, em 1822; pela crise sucessória da coroa portuguesa, que levou D. Maria II ao trono , em 1826; e, pelo malogrado casamento desta com seu tio D. Miguel de Bragança, que a destronou e fez-se proclamar rei nas Cortes Gerais do Reino, em 1828, como D. Miguel I de Portugal (1802-1866; rei 1828-1834). Este acontecimento esteve na origem da guerra civil que devastou Portugal entre 1832 e 1834, opondo os partidos dos dois irmãos, um de fação liberal e outro absolutista, liderando D. Pedro a primeira e D. Miguel a segunda. No âmbito desta guerra, D. Pedro, já sendo apenas duque de Bragança e regendo o reino em nome da filha, esteve no arquipélago dos Açores – o único território português que permanecera leal à rainha – entre fevereiro e julho de 1832, onde organizou a expedição que levou ao desembarque do Mindelo, permitindo a captura da cidade do Porto e, por fim, a capitulação de D. Miguel e a aclamação de D. Maria II como rainha em 1834. D. Pedro de Bragança casou duas vezes, a primeira, em 1817, com a arquiduquesa D. Maria Leopoldina da Áustria (1797-1826; imperatriz do Brasil 1817-1826 e rainha de Portugal 1826), filha do imperador Francisco I da Áustria (1768-1835; imperador do Sacro Império Romano Germânico 1792-1806 e imperador da Áustria 1806-1835), com quem teve, entre outros, a rainha D. Maria II de Portugal e o imperador D. Pedro II do Brasil; e, a segunda, em 1829, com a princesa D. Amélia de Leuchtenberg (1829-1873; imperatriz do Brasil 1829-1831), filha do príncipe Eugénio de Beauharnais, duque de Leuchtenberg (1781-1824), de quem teve a princesa D. Maria Amélia do Brasil (1831-1853). Morreu a 24 de setembro de 1834, em Queluz (Portugal).

Esta pintura integra um conjunto de retratos reais portugueses, em número de oito – de que fazem parte o de D. Pedro de Bragança, duque de Bragança; de D. Maria II e D. Fernando II; de D. Luís I e D. Maria Pia; de D. Carlos I e D. Amélia; e, do infante D. Afonso de Bragança, duque do Porto –, com caraterísticas semelhantes, ao nível do traço, pincelada, cor e composição, estando alguns assinados e datados: "F. da Costa, 1892". Foram adquiridos por Pedro Jácome Correia, 1.º conde de Jácome Correia (1817-1896) – para decoração do Palácio de Sant'Ana, sua residência em Ponta Delgada (Açores, Portugal) –, tendo conjunto sido doado à Região Autónoma dos Açores, em 1981, por sua neta Maria Josefa Gabriela Borges de Sousa Jácome Correia Hintze Ribeiro (1920-1984), no âmbito da venda do palácio para sede da Presidência do Governo dos Açores, constando de um Contrato de Doação, datado de 2 de abril daquele ano, onde pode ler-se na página 2: "[...] - 6 quadros a óleo de Félix da Costa com molduras a ouro, coroas e brasões dos respectivos monarcas: D. Carlos, D. Amélia, D. Luís, D. Maria Pia, D. Fernando e D. Maria II.// - 2 quadros a óleo com moldura a ouro representando: D. Pedro IV e D. Afonso [...]". PEDRO PASCOAL DE MELO (setembro, 2023)

Bibliografia consultada: D. Pedro d'Alcântara de Bragança, 1798-1834, imperador do Brasil, rei de Portugal: Uma vida, dois mundos, uma história / Palácio de Queluz [Catálogo de Exposição]. Lisboa: Secretaria de Estado da Cultura/Fundo de Fomento Cultural, 1986; SANTOS, Eugénio. D. Pedro IV: Liberdade, paixões, honra. Lisboa: Círculo de Leitores, 2006.

Dimensões:
Tela : A. 73 x L. 60 cm
Nº de Inventário:
PS0360
Data de produção:
circa 1892
Material e técnicas
Óleo s/tela - Pintura
Madeira, gesso, ouro - Ensamblada, moldada, dourada

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