Corneta
Corneta

Corneta

Instrumentos musicais
Custódio Cardoso Pereira & C.ª, Lda
- Autor

Descrição:
Instrumento musical de sopro, feito de metal, a corneta é dotada de tubo cilíndrico ou cónico, reto ou curvo ou dobrado sobre si mesmo, com bocal na parte mais estreita e pavilhão em forma de sino na parte mais larga. A corneta de metal surgiu no século II a.C., no Egipto, época em que ainda se utilizavam junco, chifre, concha e madeira na sua confeção. É o mais agudo instrumento do coro dos metais. Ao serviço do exército, a corneta emprega-se nos sinais de ordenança de cavalaria e artilharia. Admitido nas Bandas Militares, Orquestras, Charangas e Fanfarras, em competência com o clarim, é hoje, como todos os instrumentos de bocal destes agrupamentos se servem, munido de pistões. Não se pode falar de Música Militar nem sobre Bandas Militares sem fazer referência a um elemento tão importante como a corneta, instrumento que está ligado às origens da Música Militar. Este instrumento foi adotado na reestruturação dos exércitos europeus durante o século XVIII, que seguiram as inovações bélicas do estado da Prússia, a monarquia mais militarizada da Europa desse período. Num ambiente de fumos, disparos, gritos e de grande confusão seria complicado obedecer às ordens dos superiores através de ordens verbais, uma vez que estas seriam inaudíveis. Assim o novo modelo exigia novos elementos. Foi necessário acrescentar instrumentos musicais ao campo de batalha: o Clarim e a Corneta. Em Portugal, a introdução da corneta na Infantaria aconteceu com a criação dos Batalhões de Caçadores, em 1808 cujo modelo orgânico inicial já contemplava um corneteiro em cada uma das Companhias de Caçadores e outro na Companhia de Atiradores. Esta reorganização de William Beresford refletia a influência inglesa. A Corneta, tocada pelo corneteiro, destinava-se à transmissão das ordens às forças de infantaria. A sua sonoridade carateriza-se por possuir uma gama de notas mais graves que o Clarim. Por seu lado uma maior gama de notas graves dá à Corneta uma sonoridade mais doce. Um artigo da Revista Militar de 1858 fazia referência ao corneteiro José Francisco de Castro, “O Corneteiro de Badajoz”. Segundo a história verdadeira ou lendária, este corneteiro terá tido a responsabilidade pela vitória do exército anglo-luso numa batalha contra os franceses durante a Guerra Peninsular. Durante o século XIX, sobretudo na segunda metade, os músicos que tinham papel fundamental nos campos de batalha passaram a ter também presença e importância nas performances de praticamente todas as cerimónias militares. Em acréscimo às suas funções operacionais, de emitir sinais e ordens em batalhas e regular a marcha das tropas, passaram a desempenhar funções fundamentais para o funcionamento dos quartéis. Passaram a executar toques às horas regulamentares para regular o dia-a-dia dos quartéis: toques para a alvorada, para as formaturas de início e final de atividades, para as refeições, para recolher aos dormitórios e para silêncio. Nos quartéis de recruta e formação do exército mantém-se a tradição da transmissão de ordens através da execução dos toques de Clarim ou Corneta. Este fato evidencia a importância que têm a manutenção e transmissão integral da tradição militar para os recrutas, futuros militares, se ambientem ao mundo militar, fazendo parte até do ritual de passagem do deixar de ser recruta a militar.
Dimensões:
A. 38 x C. 18 x D. 15,2 (boca) cm
Nº de Inventário:
MAH.R.2019.3129
Data de produção:
Séc. XX [inicio]
Material e técnicas
Latão amarelo, cobre e couro
Entidade relacionada
Museu de Angra do Heroísmo

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