Baccarat


Nome completo:
Baccarat

Fábrica criada em 1764, durante o reinado de Luís XV de França, na cidade de Baccarat, na região da Lorena, daí o nome que se tornou sinónimo de excelência no mundo do cristal. 

Inicialmente dedicada à produção de vidro de soda para janelas, utensílios de mesa e aplicações industriais, a Baccarat deu um passo decisivo em 1816 com a inauguração do seu primeiro forno de cristal. A partir desse momento, passou a concentrar-se exclusivamente na manufatura de cristal de chumbo – também conhecido como cristal premium ou puro –, caracterizado por um teor mínimo de 24% de chumbo, que lhe confere brilho e transparência inigualáveis. Sempre inovadora, a Baccarat foi pioneira na adoção de novas técnicas e ferramentas, como a aplicação de decalques e técnicas de impressão. Posteriormente, incorporou a fotogravura, o corte mecânico e avanços no design dos fornos, ampliando constantemente os limites da arte vidreira. Mas a marca não se limitou a seguir tendências – tornou-se uma criadora de estilos. No final da década de 1830, introduziu o vidro colorido, enriquecendo sua fórmula com diferentes materiais para obter sofisticados efeitos de cor em camadas. Na década de 1840, apresentou o cristal dicroico, no qual a adição de óxido de urânio permitia que o vidro mudasse de tonalidade conforme a incidência da luz. Em 1846, a Baccarat lançou os seus célebres pesos de papel, começando com o estilo millefiori, inspirado na tradição italiana. Pouco depois, expandiu sua coleção com pesos de papel em sulfeto, onde flores, insetos e outros elementos eram encapsulados no vidro, transformando cada peça em um delicado universo de requinte. Esse espírito de inovação seguiria marcando toda a trajetória da casa.

O prestígio da Baccarat ganhou projeção internacional em 1823, quando recebeu sua primeira encomenda real de Luís XVIII de França. Esse momento marcou o início de uma relação duradoura com monarcas e chefes de Estado de todo o mundo. Em 1855, a casa conquistou sua primeira medalha de ouro na Exposição Universal de Paris, um reconhecimento que impulsionou ainda mais sua reputação. Ao longo do século XIX e início do século XX, os prêmios acumulados em grandes exposições consolidaram a Baccarat como sinônimo de luxo e excelência, multiplicando as encomendas de algumas das figuras mais influentes da época. Entre suas criações icônicas estão peças destinadas aos marajás da Índia, o majestoso candelabro encomendado por Nicolau II da Rússia, as imponentes luminárias do Palácio de Dolmabahçe, em Istambul, e os luxuosos conjuntos criados para os aposentos de Napoleão III no Louvre e nas Tulherias. A corte imperial japonesa, assim como o Palácio do Eliseu, que desde 1899 utiliza um serviço Baccarat em suas mesas de gala, também figuram entre os ilustres clientes da marca.

Em 1824, a empresa adotou o nome Société de Cristallerie de Vonéche-Baccarat, que pouco depois foi alterado para Compagnie des Cristalleries de Baccarat. Essa designação manteve-se até 1994, quando foi simplificada para Baccarat, reforçando a identidade de uma das mais prestigiadas casas do género.

A assinatura das peças da manufatura foi algo raro entre 1764 e 1860, quando surgiram as primeiras etiquetas de papel autocolantes, representando uma garrafa, um copo de vinho e um tumbler. Apenas em 1936 a marca Baccarat passou a ser gravada a ácido,  um selo de autenticidade que reafirma seu legado de excelência e sofisticação.

PEDRO PASCOAL DE MELO (março, 2021)

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